Espaço Arte Música & Consciência - 28/07/15
Sem saber bem por que, a música é uma das poucas armas que os terapeutas têm para fazer frente à progressão da doença de Alzheimer.Apesar da devastação provocada por essa doença no cérebro e, especialmente, na memória, uma grande parte dos doentes conserva suas memórias musicais, mesmo nas fases mais tardias. Agora um estudo mostra as possíveis causas desse fenômeno: a música é armazenada em áreas do cérebro diferentes daquelas do resto das memórias.
O lobo temporal, porção do cérebro que vai da têmpora à parte de trás da orelha é, entre outras coisas, a discoteca dos humanos. Ali é gerida nossa memória auditiva, inclusive as canções. Estudos com portadores de lesão cerebral respaldam a ideia de que guardamos a música em uma rede centrada nessa área. No entanto, o lobo temporal também é a primeira parte do cérebro a sofrer os estragos do mal de Alzheimer. Como se explica então que muitos doentes não saibam o próprio nome ou como voltar para casa, mas reconhecem aquela canção que os emocionou décadas atrás? Como alguns doentes são incapazes de pronunciar uma palavra, mas, entretanto, conseguem cantarolar melodias que fizeram sucesso quando ainda podiam se lembrar?
Para tentar responder a essas perguntas, pesquisadores de vários países europeus liderados por neurocientistas do Instituto Max Planck de Neurociência e Cognição Humana de Leipzig (Alemanha)realizaram um experimento duplo. Por um lado, procuraram as áreas do cérebro que são ativadas quando ouvimos música. Por outro lado, uma vez localizadas essas áreas, analisaram se, em pacientes de Alzheimer, tais áreas do cérebro apresentavam algum sinal de atrofia ou, ao contrário, resistiam melhor à doença.
Para localizar onde o cérebro guarda a música, os pesquisadores fizeram trinta indivíduos saudáveis ouvirem 40 trios de canções. Cada trio consistia em um tema muito conhecido tirado das paradas de sucessos desde 1977, canções de ninar e música tradicional alemã. As outras duas canções eram, pelo estilo, tom, ritmo ou estado de ânimo, semelhantes à primeira, mas foram selecionadas do grupo dos fracassos musicais para que não fossem conhecidas.
Tal como explicado na revista Brain, o desenho do experimento foi baseado na hipótese de que a experiência de ouvir música é, para o cérebro, diferente daquela de lembrá-la e nos dois processos atuam diferentes redes cerebrais
Durante as sessões, a atividade cerebral dos voluntários foi registrada mediante a técnica da ressonância magnética funcional (fMRI). Eles descobriram que a música está alojada em áreas do cérebro diferentes das áreas onde outras memórias são armazenadas.
"Ao menos os aspectos-chave da memória musical são processados em áreas do cérebro que não são normalmente associadas com a memória episódica, semântica ou autobiográfica", diz Jörn-Henrik Jacobsen, neurocientista do Max Planck e coautor do estudo. "Mas temos de ser muito cautelosos quando dizemos algo tão absoluto como isso", acrescenta com prudência. As áreas que apresentaram maior ativação ao rememorar as canções foram o giro cingulado anterior, localizado na região média do cérebro, e a área motora pré-suplementar, localizada no lobo frontal.
Parte dessa prudência pode vir da metodologia adotada para a segunda parte da pesquisa. O ideal teria sido poder estudar a localização das memórias musicais diretamente em pacientes com Alzheimer e não em pessoas saudáveis. Mas, como salienta Jacobsen, não é fácil conseguir que um número significativo de pacientes participe de um trabalho como esse. Além disso, existe também o problema de que muitos dos afetados conseguiam se lembrar da canção, mas não conseguiam verbalizar essa recordação. Por isso, foi realizarado um segundo experimento para ver se as áreas onde a música é armazenada são igualmente ou menos afetadas pela doença do esquecimento.
Para isso, foram estudados 20 pacientes com a doença de Alzheimer e seus resultados foram comparados com os de outros trinta indivíduos saudáveis, ambos os grupos com média de idade de 68 anos. O objetivo era saber em que estado se encontravam as áreas musicais em relação ao resto do cérebro. No diagnóstico e no acompanhamento da doença são utilizados principalmente três biomarcadores, um deles é o grau de deposição do peptídeo β-amiloide, uma molécula que tende a se acumular formando placas nas fases iniciais da doença. Outra pista é a alteração do metabolismo da glucose no cérebro. E, finalmente, a atrofia cortical, um processo natural à medida que se envelhece, mas que na doença de Alzheimer é mais pronunciado.
As medições mostraram que os níveis de deposição de beta-amiloide não apresentaram diferenças significativas. Nas áreas musicais dos doentes o metabolismo da glicose estava em níveis normais e a atrofia cortical era até 50 vezes menor do que em outras áreas do cérebro. Para Jacobsen, "mostrar um hipometabolismo inferior e uma atrofia cortical em comparação com as outras áreas do cérebro significa que não são tão afetadas no curso da doença". E acrescenta. "Mas isso só pode ser observado, acredito que ninguém possa explicar por que isso é assim. No entanto, o giro cingulado anterior mostra uma conectividade aumentada nos pacientes de Alzheimer, o que poderia significar até mesmo que funciona como uma região que compensa a perda de funcionalidade das outras".
As recordações mais duradouras estão ligadas a uma experiência emocional intensa, e a música está muito relacionada com as emoções"
"As recordações mais duradouras são aquelas ligadas a uma experiência emocional intensa e a música tem uma relação estreita com as emoções; a emoção é uma porta de entrada para lembrar", diz a musicoterapeuta da Fundação Alzheimer Espanha, Fátima Pérez-Robledo. Os resultados do estudo confirmam isso. "Muitos doentes não lembram o nome de algum parente, mas lembram da letra de uma canção", diz ela.
Em seu trabalho diário, Pérez-Robledo atua muitas vezes como DJ. Se o paciente está em um estágio inicial, ele mesmo sugere as canções que o marcaram. "Procuramos em sua história musical as canções de sua infância, da adolescência, para evocar memórias. Os pacientes as escutam, dançam ou cantam", diz a terapeuta. Quando o paciente já não pode dizer de que canções gostava, ela experimenta as músicas mais ouvidas quando era criança ou, como em muitos casos, é o cônjuge quem escolhe aquela canção que ouviam quando se conheceram.
Retirado do site : http://brasil.elpais.com/
MUSIC THERAPYAND ALZHEIMER'S DISEASE DOENÇA DE ALZHEIMER MUSIC THERAPYAND
"... é de perder de vista como poderosa melodia e ritmo pode ser no reino da
medicina, uma dádiva, particularmente com respeito a doentes de Alzheimer e seus cuidadores
... asilos
e hospitais estão descobrindo que trabalhar com um terapeuta musical pode fazer
uma grande diferença ... " - C.
Gorman.
Time, 14 /11/05
Vamos falar mais um pouco sobre técnicas da
musicoterapia?
Pesquisa em terapia de música aponta em muitas áreas, tais como facilitar a comunicação e a ereabilitação física geral, aumentar a motivação para participar de tratamento, serve como apoio emocional para os clientes e suas famílias, e possibilita um canal para a expressão dos sentimentos.
A terapia com a música é um meio poderoso e não ameaçador, que alcança resultados significantes na qualidade de vida do idoso.
Tratamento musicoterapico é eficaz e válido para pessoas mais velhas que têm
déficits :
funcionais físicos
sofrimento e desorganização psicológica, cognitivo e ou social.
Os resultados das pesquisas e experiências clínicas atestam a viabilidade da musicoterapia ainda para aqueles que são resistentes a outras abordagens de tratamento. Assim comprova-se que a música chega onde outras abordagens costumam parar
funcionais físicos
sofrimento e desorganização psicológica, cognitivo e ou social.
Os resultados das pesquisas e experiências clínicas atestam a viabilidade da musicoterapia ainda para aqueles que são resistentes a outras abordagens de tratamento. Assim comprova-se que a música chega onde outras abordagens costumam parar
A música é uma forma de estimulação sensorial, o
que provoca respostas devido à familiaridade, previsibilidade, e sentimentos de segurança
associada a ela.
O que o contesxto terapêutico inserido com música e acompanhado or um profissional habilitado pode fazer com um idoso ou um grupo de idoso ?
Depois
de avaliar os pontos fortes e necessidades de cada cliente, psicólogos e músicos com técnicas de musicoterapia
desenvolvem um plano de
tratamento com metas e objetivos . Lembrando que cada pessoa é única , assim suas necessidades além de básicas , tmabém são únicas.
Estruturamos estratégias de músicais com ou sem uso de
instrumental , com ou sem uso do apoio vocal.
Na sessão_ aula podemos improvisar _ compor uma música com a participação do cliente-aluno, nesse momento podemos avaliar sua memória musical e construir um repertório que ele lembre e lhe trague boas emocões.
Estratégias para idosos , em momentos mais delicados da vida , como com dificuldade na acuidade visual, auditiva, mutismo, o programa será delicadamente elaborado juntamente com os responsávei por ele.
Acompanhar e conduzir experiências musicais em grupo, fornecer instrução sobre o instrumento, aplicar a prática da música direta , propor expressão corporal, caso haja possibilidade física .
Na sessão_ aula podemos improvisar _ compor uma música com a participação do cliente-aluno, nesse momento podemos avaliar sua memória musical e construir um repertório que ele lembre e lhe trague boas emocões.
Estratégias para idosos , em momentos mais delicados da vida , como com dificuldade na acuidade visual, auditiva, mutismo, o programa será delicadamente elaborado juntamente com os responsávei por ele.
Acompanhar e conduzir experiências musicais em grupo, fornecer instrução sobre o instrumento, aplicar a prática da música direta , propor expressão corporal, caso haja possibilidade física .
O que se pode esperar de um musica -terapia
As experiências com a música individualizada pode oferer oportunidades para:
- A música é eficaz em diminuir a freqüência de agitação e comportamentos agressivos para indivíduos diagnosticados com a doença de Alzheimer e demências relacionadas.
- Indivíduos nos estágios finais de demência responder e interagir com a música.
-
Recuperação da memória que contribui para a reminiscência e satisfação com a
vida
-
Mudanças positivas no humor e
estados emocionais
-
Senso de controle sobre a vida
através de experiências bem-sucedidas
-
Consciência de si e do ambiente que acompanha uma maior atenção à música
- Ansiedade e estresse redução
para idoso e cuidador
- Gestão não-farmacológico da dor
e desconforto
- Estímulo que provoca interesse mesmo quando não há outra abordagem é eficaz
- Estrutura que promove rítmico e contínuo movimento ou vocal fluência como uma adjunto para reabilitação física
- A intimidade emocional quando os esposos e as famílias compartilham experiências musicais criativas
- A interação social com os
cuidadores e as famílias
Há
Investigação para apoiar Musicoterapia para Pessoas com Doença de Alzheimer?
Através
de revistas peer-reviewed dentro da profissão, como o Journal of Music Therapy,
Musicoterapia, música e Perspectivas da terapia, e artigos extensos em revistas
fora do
profissão, AMTA tem promovido muitas pesquisas explorando os benefícios da
musicoterapia para pessoas com Doença de Alzheimer.
Destaques da Pesquisa
Música terapia reduz a depressão
entre os idosos.
Experiências de música podem ser estruturados para melhorar as competências
sociais / emocionais, para auxiliar na recordar e competências
linguísticas e para diminuir problemas de comportamento. Tarefas
de música podem ser usados para avaliar a capacidade cognitiva em pessoas com
Alzheimer
Doença.
A música é eficaz em diminuir a freqüência de agitação e comportamentos agressivos para
indivíduos diagnosticados com a doença de Alzheimer e demências relacionadas.
Indivíduos nos estágios finais de demência responder e interagir com a música
.
Referências Selecionadas
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adesão a um programa de reabilitação física de
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Therapy,
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Musicoterapia
é uma intervenção eficaz
para a
demência? Uma revisão
meta-analítica de Literatura. Jornal of Music Therapy, 36 (1), 2-15.
A musicoterapia e o idoso. Possibilidades de prevenção e tratamento musicoterapêutico.
O trabalho preventivo em musicoterapia visa à melhora da qualidade de vida do idoso. Na sociedade atual, constituída por valores que muitas vezes priorizam a produção financeira, a rapidez de informação e a jovialidade em detrimento da sabedoria e da experiência de vida, o idoso não raramente sofre preconceitos, é estigmatizado e sente-se limitado e às vezes até inadequado ao meio.
Questões sociais e culturais como estas, na maioria das vezes nem percebida pela família e pelo próprio idoso, silenciosamente afetam, entre outros fatores, sua identidade, sua auto-estima, sua autoconfiança e sua autonomia, o que pode gerar dependência excessiva, depressão e outras complicações na saúde física e mental do idoso.
O processo musicoterapêutico permite ao idoso, através da criatividade, da livre expressão e da comunicação através dos sons, da música e dos movimentos, resgatar e fortalecer características pessoais e sociais que lhe proporcionem um envelhecimento saudável e com melhor qualidade de vida.
Em contrapartida, o tratamento em musicoterapia busca melhorar e fortalecer a saúde do idoso acometido por alguma patologia.
Através da comunicação (que é principalmente não-verbal, ou seja, acontece pelos sons e pela música e não pela palavra falada) o musicoterapeuta auxilia o idoso a transformar, na medida do possível, sua atitude passiva, de “não-resposta”, resultante das patologias, em atitude de indivíduo atuante, que retoma alguns desejos e ações. Aqui podemos citar algumas patologias que podem afetar os idosos como Alzheimer, depressão, demências variadas, doença de Parkinson, deficiências físicas, visuais e auditivas e algumas seqüelas resultantes de lesões cerebrais, entre outros, que contribuem para o isolamento social e familiar, para a perda de controle, de autonomia e perda de desejo do idoso.
Em seu último livro, intitulado Alucinações Musicais, o neurologista Oliver Sacks dedica alguns capítulos à descrição da importância do tratamento musicoterapêutico para pacientes com Parkinson, com afasia e com Alzheimer. Neste trecho refere-se ao tratamento de pessoas com demência: “... a musicoterapia com esses pacientes é possível porque a percepção, a sensibilidade, a emoção e a memória para a música podem sobreviver até muito tempo depois de todas as outras formas de memória terem desaparecido” e ainda, sobre os objetivos da musicoterapia com estes pacientes: “...atingir as emoções, as faculdades cognitivas, os pensamentos e memórias, o self sobrevivente desse indivíduo, para estimulá-los e fazê-los aflorar. A intenção é enriquecer e ampliar a existência, dar liberdade, estabilidade, organização e foco” (Sacks, 2007:320).
Assim, podemos concluir que a musica tem enorme potencial clínico no resgate e na manutenção da qualidade de vida do idoso, no contexto preventivo e de reabilitação, visto que permite ao ser humano entrar em contato com suas emoções através de algo tão comum na sua vida e tão intensamente profundo, a música e todo o contexto não-verbal que a rodeia.
Ref. Método Benenzon
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